quarta-feira, 26 de junho de 2013

Quase fado para uma memória de 1972


Quase fado para uma memória de 1972

                                               a António Macedo com um abraço

Talvez se chamasse Margarida
Quando me olhou sem hesitar
Na varanda do hotel da Avenida
Para então sair da minha vida
Porque eu ia para a vida militar.
Não mais apareci no Instituto
Nas aulas nocturnas de inglês
Hoje contacto é dado absoluto
A mensagem demora um minuto
Escrita num ecran que tu não lês.
Talvez se chamasse Margarida
Colega de turma que não regressa
À varanda do hotel, à despedida
À lágrima que se solta arrependida
Da força comovida a toda a pressa.
Fui para as Caldas onde fiz a recruta
No Lumiar era a especialidade
Em Évora foram anos de labuta
Na Pontinha foi a grande luta
No Posto de Comando a Liberdade.


José do Carmo Francisco   

(fotografia de Autor Desconhecido)

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