quinta-feira, 31 de março de 2022

Novo poema nº 12 para Ana Isabel


Novo poema nº 12 para Ana Isabel

A mulher pobre chorou depois de pedir duzentos euros a um padre para pagar a factura da electricidade; ele vinha da agência bancária onde levantou dois mil euros.

Com tantos problemas humanos no percurso entre o balcão do Banco e a Casa do Gaiato, ele já só tinha um pequeno saldo e foi todo.

Porque é ela diabética e a insulina precisa de frigorífico; se a mulher pobre não pagar esta conta atrasada a Companhia corta a ligação à rede.    

José do Carmo Francisco

(Fotografia de Henri Cartier-Bresson)   

         

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