Balada para Ana da Guia no Casal da Cabrita
Senhora Ana da Guia
Lá no Casal da Cabrita
Guarde-me este dia
Venho fazer-lhe visita.
Com o pai veio da Vieira
Vendia peixe nas terras
Mas a morte foi certeira
Vieram outras guerras.
Vou também na carroça
Vender o queijo e o pão
Em Tomar a terra é nossa
Só na Golegã é que não.
Na noite de sexta-feira
Da ceia até à madrugada
Não havia outra maneira
Estava atenta à fornada.
Dos onze filhos nascidos
Com seis sobreviventes
Cinco romances perdidos
Nas lágrimas diferentes.
Sua força de vontade
Para não desanimar
Deixa grande saudade
Mistura a terra e o mar.
José do Carmo Francisco
(Óleo de Antal Neogrady)
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