quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Segundo Cristo da Rua Anchieta



Segundo Cristo da Rua Anchieta

(poema autógrafo para Eduardo Olímpio)

Um ano depois do primeiro
O segundo Cristo de madeira
Parece outro, o verdadeiro
Porque tem o calor da lareira.
Na sombra subtil e pequenina
Que o rosto revela em sacrifício
Olho as lágrimas da Palestina
Outros fazem da morte ofício.
Um Cristo de madeira, nada mais
Na Rua Anchieta tão sossegada
O furor que vem doutros Natais
Onde se morre sem dar por nada.
Natal da morte coisa tão contrária
À lógica da nossa vida de cada dia
Faixa de Gaza onde a morte diária
Não permite um alicerce à alegria

José do Carmo Francisco

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