quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Camisola a preto e branco



Camisola a preto e branco

(poema autógrafo para Carlos Lobão)

Às segundas-feiras logo de manhã
Os jornais aqui não dão os resultados
Mas nem por isso nós somos menos
A caminho da pequena posteridade.
Quando a equipa chegou do Funchal
Havia crianças com ramos de flores
E o som feliz da nossa Filarmónica
Misturava a voz da Terra com o Mar.
No átrio todos estão à minha espera
Hoje eu sou um dos rapazes do andor
Levo a camisola lavada dum defesa
E já sei que não me posso demorar.
Se eu estiver atónito e comovido
Não tomem a sério nem reparem
Afinal é só uma nuvem de incenso
A brasa era grande como o soluço.

José do Carmo Francisco       

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