segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Poema periférico para Thomas Francisco Sutherland



Poema periférico para Thomas Francisco Sutherland

Teu nome está na dedicatória de um livro de 2007
Escrito pelo teu tio Filipe sobre o Marquês de Alorna
Talvez por isso não é surpresa a estreia aos onze anos.
 O poema é uma casa como o Mosteiro de Alcobaça
Onde o primo Luís Almeida toca Trumpet Voluntary
De Jeremiah Clarke num casamento da nossa gente.
Aqui se juntam as cores das aguarelas da avó Joan
E as caminhadas do avô Alistair pelas montanhas
Como no mar do poema mas com pedras e neblina.  
Tudo pode ter afinal começado algures numa frase
Quando disseste preferir de longe a minha casa
Apesar dos gritos dos bêbados na Rua da Rosa.
Sinto no teu poema a música do avô do teu avô
A Filarmónica fazia peditório, arraial e procissão
Um intervalo de alegria no tempo sempre igual.
O poema é a tua casa onde cabemos todos nós
Onde te encontrou o carro-patrulha tão veloz
Chamado pelos polícias a cavalo de Lewisham.

José do Carmo Francisco    

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