terça-feira, 25 de outubro de 2016

Monserrate, o muro


Monserrate, o muro

O som do mar alcança este muro
Que separa o arvoredo e a estrada
Aqui não há passado nem futuro
E a vida passa sem dar por nada.
O peso do silêncio está nos espaços
A envolver uma sombra e uma figura
Na estrada não se ouvem passos
E a espuma das ondas traz brancura.
Mundo animal, vegetal e mineral
São tempos fechados no portão
Fechadura anuncia um novo sinal
E separa todo o instinto da razão.
Nas sombras, nos sinais e nas vozes
Se fixa um tempo dimensionado
Entre quem nos carros mais velozes
Vai levando esta paz a todo o lado.


José do Carmo Francisco 

(Poema que faz parte do livro, "O Jardim que o Pensamento Permite", antologia poética sobre Monserrate)

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