Frente ao Jazigo em Sesimbra
Podias ter morrido no Porto ou em Coimbra
Nas curvas das estradas dessa antiga idade
Teu corpo repousa no castelo de Sesimbra
Onde tua mãe levava as flores da saudade.
Estou com gente sem memória desta dor
Que fez encher os móveis com teu retrato
Na cozinha, na sala, no quarto, no corredor
A união possível entre concreto e abstracto.
Teu nome assim por escrito e por extenso
Desenhado em pedra no silêncio do jazigo
No tempo onde eu estou e onde pertenço
Não alcanço palavras que procuro e persigo.
Encontro que não esperava com o passado
Em Sesimbra num castelo frente ao mar
Neste muro aqui em frente derrubado
Vejo a chave para os mistérios do lugar.
José do Carmo
Francisco
(Fotografia de Luís Milheiro)
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