sábado, 16 de novembro de 2019



Absurdíssimo de Santos Fernando na Casa da Achada

                                                  (a Luís Santos e Pedro Oliveira)

Há palavras e navios por fretar
No porto dominados pelas algas
Nascidas do tempo explicativo.
Há depois o morto a beber
Com o ajudante e o motorista
Na viagem longa para a terra.
Há um navio na rua da cidade
À procura dum amor possível
Contra a rotina e o quotidiano.
Há um doente a sofrer de vazio
No tempo mais do que absurdo
De quem tem quatro empregos. 
Há denominador comum na cena
Cantar mesmo se nada justifica
Para se trocar a morte pela vida.

José do Carmo Francisco

(Fotografia de autor desconhecido)

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