domingo, 10 de março de 2019

Balada breve para Cecília



Balada breve para Cecília

Cidade das sete gruas
Já foi das sete colinas
No labirinto das ruas
Há retratos de meninas.
No balcão sobre a cidade
Não é precisa a mobília
Chega a força e a verdade
Da presença de Cecília.
Na linha do horizonte
Onde o olhar não tem fim
A voz tem água de fonte
Que alimenta um jardim.
Um castelo e uma igreja
As batalhas e as orações
Tudo aquilo que sobeja
São motivos e razões.
Entre distância e espaço
Da paisagem povoada
O olhar desenha um laço
Outros não dão por nada.
Entre a sopa e os talheres
Peixe e carne, refeição
Povoado por mulheres
A sala tem dimensão.
Mesmo breve é alegria
Mesmo frágil é memória
Fica no registo do dia
Um capítulo da História.
Juntar dois Continentes
Fazem parte do Mundo
São distintos e diferentes
E bem iguais lá no fundo.
Perfil de mulher-menina
Sorriso que instala a paz
A balada não termina
Continua e volta atrás.

José do Carmo Francisco     

(Fotografia de Luís Eme)

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