Balada da Rua Morais Soares 95 A
Por
insólitos factores
E
razões particulares
Saiu
dos Restauradores
Foi
para a Morais Soares.
Continua a ser o Pirata
Com ou sem perna é opção
É um aperitivo de prata
Um digestivo de eleição.
Seja
qual for a hora
No
balcão em ritual
A
pressa já se demora
Na
liturgia sem missal.
Óh Ribeira dos Amiais
Onde era longo o Inverno
Oiço o cantar dos pardais
Tempo velho e moderno.
Saudades
do espaço antigo
Bois,
carroças e cavalos
Na
adega dum amigo
O
vinho de três estalos.
Nas carradas de tijolo
Casas novas num casal
Vinho fresco é consolo
No Verão de Portugal.
Hoje
na Morais Soares
Continua
a aventura
Dos
piratas sem lugares
Nas
ruas da amargura.
Num tempo de alegria
Um intervalo em pessoa
Fica o Pirata em poesia
Nesta rua de Lisboa.
José do Carmo Francisco
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