domingo, 20 de dezembro de 2020
Poema autógrafo para Ana Santos Barros
domingo, 22 de novembro de 2020
Meditação breve para Agadir
Meditação breve para Agadir
Treme a terra em Agadir
O passado está presente
Ninguém ali podia fugir
Foi tudo tão de repente.
E na montra da livraria
Livro a preço inesperado
Quem diria, quem diria
Que era este o resultado.
José do Carmo Francisco
(Óleo de Harold Knight)
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
Alexei Bueno nas Escadinhas do Duque
Tinha que ser escritor este bandeirante
Nome herói de romance em homenagem
Assim a Rússia já não fica tão distante
Numa vida que é também uma viagem
Nas Escadinhas do Duque é rei à mesa
Dá lições de poesia em breve seminário
Entre cerveja e amendoim nasce a beleza
Da Poesia que o Mundo vê ao contrário
Somos poucos aqui um grupo acantonado
Na mesa posta por D. Rosa na sexta-feira
Viajamos num bacalhau bem temperado
Pelo azeite tão puro e leve duma oliveira
No Camões a mulher feia vende cocada
Desesperam por um visto os brasileiros
Que pena a vida não poder ficar parada
Aqui onde os poemas nascem inteiros
José do Carmo Francisco
(Fotografia de autor desconhecido)
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Balada da Rua de Baixo
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Namorar uma cor: verde
Namorar uma cor: verde
Namorar uma cor…
São muito antigas as minhas
ligações ao verde. A paixão dessa cor desde sempre escolhida como símbolo, como
referência, como preferência, como fixação. Tal como na liturgia da Igreja, o verde
é o sinal da renovação, da Primavera, da vida que se multiplica.
Namorar uma cor…
Como se namora uma pessoa, se
marcam encontros, se sai à noite, se é e se faz tudo para se ser fiel.
Namorar uma cor…
Desde 1966 que, em Lisboa,
mantenho, este namoro. Marco encontros de quinze em quinze dias no relvado do
Estádio José Alvalade. Saio à noite nos jogos das competições europeias.
Procuro ser fiel ao verde sem hesitações nem desânimos. Festejo as vitórias com
muita alegria mas faço das derrotas uma reserva moral para partir ao encontro
de novas vitórias. Apenas isso. Nem um sonho. Nem um drama.
Namorar uma cor…
Hoje como ontem gosto de ver o
relvado sem ninguém. De vez em quando, sempre no fim da tarde, olho-o no grande
silêncio. Vejo nele a sementeira das grandes emoções, dos grandes encontros,
dos resultados felizes.
Hoje como ontem o verde é a
direcção da Primavera, a presença da Esperança, o sentido da Vida a renascer.
Sempre. Para sempre.
(Nota final – Este texto integra o livro «Futebol – iluminuras e textos
consagrados» de Julho de 2004 (Editora Sete Caminhos) e foi recuperado em 7 de
Outubro de 2020)
José do Carmo Francisco
(Fotografia de Autor Desconhecido)
terça-feira, 6 de outubro de 2020
Balada para Ruslam Botiev
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
Teu nome Luísa
Teu nome Luísa
(a Luísa Amaro sob tema musical de B´Leza)
Teu nome Luísa
Tem gota de Mar
E já não precisa
Que eu vá cantar.
Mas por outro lado
Tem força da Terra
E eu maravilhado
Tudo nome encerra.
Teu nome no som
Da música eterna
Tem condão e dom
De ser pós-moderna.
Já eu fico a dizer
Luísa e de novo
Nome de mulher
Coração do Povo.
José do Carmo Francisco
(Óleo de Gino Severini)