Balada do Vale de Janelas
(poema autógrafo para Luís Santos)
O parque de luxo em frente
Automóveis de cilindrada
Com lombas já é diferente
Sendo rua não é a estrada.
Tempo ideal do desporto
Com carrinhos e relvado
Viatura em ponto morto
Frente ao vale encantado.
E no sossego da neblina
Não há tempo ou demoras
Cada burgo, uma piscina
Não se dá por estas horas.
No som da rebentação
O ritmo até ganha asas
No contrário do Verão
Vale o calor das brasas.
Sabendo que tudo alcança
Seu estatuto adequado
A corrida duma criança
Vai chegar a todo o lado.
Na varanda deste café
Onde espaço não confina
Esta balada é o que é
Continua e não termina.
José do Carmo Francisco
(Óleo de Heinrich Vogeler)
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