domingo, 16 de agosto de 2020

Balada do Vale de Janelas



Balada do Vale de Janelas

                                   (poema autógrafo para Luís Santos)

O parque de luxo em frente
Automóveis de cilindrada
Com lombas já é diferente
Sendo rua não é a estrada.
Tempo ideal do desporto
Com carrinhos e relvado
Viatura em ponto morto
Frente ao vale encantado.
E no sossego da neblina
Não há tempo ou demoras
Cada burgo, uma piscina
Não se dá por estas horas.
No som da rebentação
O ritmo até ganha asas
No contrário do Verão
Vale o calor das brasas.
Sabendo que tudo alcança
Seu estatuto adequado
A corrida duma criança
Vai chegar a todo o lado.
Na varanda deste café
Onde espaço não confina
Esta balada é o que é
Continua e não termina.

José do Carmo Francisco 

(Óleo de Heinrich Vogeler)   

Sem comentários:

Enviar um comentário