Segunda cantiga catarinense
Andorinhas pontuais
Nas casas do Palheirão
Partiram não voltam mais
As casas já lá não estão.
Vinham a fugir do frio
Paravam nestes beirais
O barro é do nosso rio
Entre bandos de pardais.
Quando a água era boa
Cada pedra o seu sabão
Se falava uma pessoa
É porque tinha razão.
Procuram outro lugar
Onde fazer o seu ninho
Cansadas de procurar
Voavam devagarinho.
Hoje na luz da cidade
O menino que era eu
Perdeu-se na saudade
Entre a terra e o céu.
Hoje homem ou mulher
No trânsito da nossa terra
Não sabe nem quer saber
Do que a cantiga encerra.
José do Carmo Francisco
(Óleo de Amadeo Souza-Cardoso)
noos
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