Novo poema nº 12 para Ana Isabel
A mulher
pobre chorou depois de pedir duzentos euros a um padre para pagar a factura da
electricidade; ele vinha da agência bancária onde levantou dois mil euros.
Com tantos
problemas humanos no percurso entre o balcão do Banco e a Casa do Gaiato, ele
já só tinha um pequeno saldo e foi todo.
Porque é ela
diabética e a insulina precisa de frigorífico; se a mulher pobre não pagar esta
conta atrasada a Companhia corta a ligação à rede.
José do Carmo Francisco
(Fotografia de Henri Cartier-Bresson)