Novo poema nº 46 para Ana Isabel
O som de
fundo é uma música a metro, canções
já batidas ao longo de verões passadas e que hoje são apenas resultado de uma varinha mágica que tudo coloca na mesma
bitola; é música para ouvir nos elevadores dos prédios modernos.
Ninguém
repara no batuque vazio de música com melodia, há apenas ritmo e nada mais,
todos aqui procuram o usufruto da cerveja gelada, do ginger ale com limão, do copo de vinho branco muito fresco.
Porque até a brisa que se levanta do mar incita a não fazer nada, para além de ouvir o telemóvel que por acaso aqui nesta praia não tem propagação em todas as redes.
José do
Carmo Francisco
(Óleo de Claude Monet)