domingo, 23 de abril de 2023

Novo poema nº 31 para Ana Isabel

 

Novo poema nº 31 para Ana Isabel

A selva do anacoreta é o ponto mais radical da solidão e a juventude da mulher o lugar ambicionado do encontro; de um lado a tristeza, do lado oposto a alegria, de um lado o peso da escuridão, do lado oposto a força da luz.

São dois caminhos, dois mundos, duas maneiras de ser no tempo e no espaço: o poeta oscila o seu discurso entre o sofrimento e o júbilo porque parte do vazio mas não desiste do amor.

Porque o fascínio da vida está nessa tentativa, nesse esforço, nesse olhar que não desiste da procura de uma outra luz por oposição ao diário cinzento do quotidiano. 

José do Carmo Francisco

(Fotografia de Luís Eme - Almada)

 

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Poema dos sete anos do António


Poema dos sete anos do António
 
Fazer os anos em Paris
Não é qualquer pessoa
Votos de um dia feliz
Longe do sol de Lisboa.
Nasceu em dia molhado
A ternura tem humidade
Vai com ele a todo o lado
No campo ou na cidade.
O tempo passou depressa
E o bebé já é menino
Que tenha voz e cabeça
A escolher o seu destino.
E sempre ao longo da vida
Não saia deste valor
Amar tudo sem medida
Única medida do amor.
 
José do Carmo Francisco

(Fotografia de autor desconhecido)