Os
cães da noite na Carrapateira
A
refeição mais excelente
Perde
o tom de encantar
Quando
surge de repente
Uma
matilha a ladrar.
Sem dono e sem coleira
Entre as mesas da frente
Os cães da Carrapateira
Incomodam toda a gente.
E
a rapariga loura a cantar
Canção
de voz estrangeira
Faz
um contraste do mar
Com
a paz da Carrapateira.
Onde a luz do fim do dia
Se desfaz ali no fundo
Naquilo que eu perseguia
Procurando a paz do Mundo.
Que
se encontra noutra mesa
Dum
diverso restaurante
Onde
já não é surpresa
Um
cão ser mais importante.
E ainda falam de Turismo
Casa às costas, pé descalço
Nem Parque de Campismo
Tudo isto me soa a falso.
José
do Carmo Francisco
(Fotografia
de autor desconhecido)