Poema autógrafo para Ana
Santos Barros
Partimos sempre de
fotografias
Mesmo que não haja
películas
Ou os negativos para
revelar.
Às vezes é uma memória feliz
Encontro no balcão dum Banco
Almoço no refeitório das Caixas.
Neste caso seria Jardim da
Estrela
Tudo nos quatro a preto e
banco
E uma das meninas está de
vestido.
Terá sido em 1983 e está tudo igual
No Jardim, nas ruas e nas sombras
Que envolvem as legendas do filme.
Será isso afinal: somos só
memória
Porque o nosso passado não
passou
E está à porta do Jardim
da Estrela.
José do Carmo Francisco
(Fotografia
de autor desconhecido)