Novo poema nº 44 para
Ana Isabel
A bandeira vermelha é uma indicação para os banhistas mas o
nadador-salvador está sem trabalho; a gente da praia prefere o espaço
intermédio entre o oceano e a terra para brincar na água que sobejou da recente
maré cheia.
O café do motociclista é um combustível cultural no fim da
manhã, intervalo de viagens feitas e por fazer na máquina voadora a rasgar a
paisagem e a assustar o povoamento.
Porque tudo isto se inscreve nos dias das férias que, mesmo
perturbadas pela pandemia, não deixam de se impor no calendário de quem aqui se
fixou de modo provisório.
(Fotografia de Luís Eme - Algarve)