Poema para José Pereira, o pássaro azul
«E ainda me devem seis contos»
Ouvi eu esta sua frase magoada
A única vez que consigo pude falar.
Uma resposta à sua
difícil saída
Foi para o Beira-Mar, o de Aveiro
Lá pelos idos de sessenta e sete.
Mas nada acontece por acaso aqui
Mário Duarte foi o
primeiro keeper
Da equipa de cruz de Cristo em 1919.
Há quem teime em ver o seu perfil
Todas as manhãs frente ao Mosteiro
E de costas para o Centro Cultural.
Tudo isto tem a sua razão de ser
No país de doutores e engenheiros
E de mortos que falam em Belém.
Dizem eles que morreu há um ano
Mas eu não acredito em ninguém
Só quando lhe pagarem seis contos.
José do Carmo Francisco
(Fotografia de autor desconhecido)
Sem comentários:
Enviar um comentário