segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Novo poema nº 37 para Ana Isabel


Novo poema nº 37 para Ana Isabel

Há uma sombra entre a joeira e o corpo de quem a trabalha para fazer subir a palha e o feijão à procura do sopro de brisa capaz de separar o que o malho na eira não conseguiu.

Este mágico ritual que se repetiu de geração em geração, corre o risco de, em pouco tempo, não ter continuidade nem na família, nem na aldeia, nem no Mundo.

Porque são outros os caminhos e os processos, os tempos e as expectativas; tal como o trigo cujos silos são hoje ninhos de microempresas, o feijão chega em latas às prateleiras dos supermercados. 

José do Carmo Francisco

(Óleo de Antal Neogrady)


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