Paolo Rossi com a camisola 20 azul
Em Pontevedra não podia
descansar/nos intervalos da neblina e dos boatos./Por tudo e por nada
entrevistas, obstáculos,/intrigas por causa de um jogo feio em Braga./Depois o
medo perante a Polónia em Vigo/e um nome que toda a gente repetia – Boniek.
N´Kono e Quiroga sem golos
meus/Mlynarczyk também, nos três empates de Vigo./Veio uma espécie de chuva
triste atrás de mim/no caminho até Barcelona, do outro lado.
Tardelli e Cabrini marcaram
por nós/Com Gentile a não dar espaços a Maradona./Bearzot falava comigo num
cenário de flores/queria esquecer tantos jogos sem marcar/e havia o silêncio
decretado pelo capitão Zoff/mas dentro de mim um receio crescia, grande:/não
ser capaz de responder com factos ao medo.
E só contra o Brasil me
libertei das sombras/para iluminar três vezes o azul da camisola. /No Estádio
do Barcelona de novo a Polónia/e dois golos meus, um em cada parte do jogo./Finalmente
no Santiago Barnabéu a final/com a Alemanha Ocidental, como se dizia então/Os
golos todos na segunda parte do jogo/a partir do mágico minuto cinquenta e
sete.
Foi nos seis golos que desfiz
a chuva de Vigo/os quase dois anos sem jogos de competição,/a falta de
confiança e a cortina de silêncio/à volta dos cinco jogo sem marcar/incluindo
aqui também o jogo de Braga.
Falo de factos – não de
imagens. /As imagens falam por si.
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