Novo poema nº 7 para Ana Isabel
Algumas das portas dos prédios
desta Rua ostentam flores pequenas em cima da madeira da porta como se ela
fosse um lugar de oração e não um ponto de passagem.
Nesta liturgia urbana é como
se houvesse uma missa campal: o sol, o altar, o calor, a palavra, as espécies
do ofertório, as lágrimas da comunhão.
Porque em Janeiro morreu uma
menina e por cada sonho adiado surge uma flor sobre a madeira da porta na
teimosia ingénua mas profunda de juntar de novo tudo aquilo que a morte
separou.
José do Carmo Francisco
(Óleo de Henri Matisse)
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