Associação de Malfeitores
Eu vi a morte do Jardim do
Príncipe Real
Em vez da marcha fúnebre
um saxofone
Ladrava ao céu como cão a
chorar o dono.
Um turista reclamou ver o fim do jardim
Logo vereador alucinado decretou plano
Para acabar mesmo com o dito cujo jardim.
Foram sessenta e quatro
árvores mortas
Alguns ainda diziam que
estão doentes
Mas doentes são eles todos
em delírio.
Desta associação já tenho eu uma conta:
Editaram livro meu com um veleiro na capa
Não eléctrico, autocarro, elevador, cacilheiro.
No Verão uma responsável
veio proibir
Uma caixa de gelados nesta
esplanada
Por razões estéticas. E eu
espero o pior.
José do Carmo Francisco
(Fotografia de Luís Eme)
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