Absurdíssimo de Santos Fernando na Casa da Achada
(a Luís Santos e
Pedro Oliveira)
Há palavras e navios por fretar
No porto dominados pelas algas
Nascidas do tempo explicativo.
Há depois o morto a
beber
Com o ajudante e o
motorista
Na viagem longa para
a terra.
Há um navio na rua da cidade
À procura dum amor possível
Contra a rotina e o quotidiano.
Há um doente a
sofrer de vazio
No tempo mais do
que absurdo
De quem tem quatro
empregos.
Há denominador comum na cena
Cantar mesmo se nada justifica
Para se trocar a morte pela vida.
José do Carmo Francisco
(Fotografia de autor desconhecido)
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