Com António Fialho e Duarte Jorge, seminaristas
Nesta procissão da Padroeira
Eu levava o turíbulo do incenso
À frente do pálio do sacerdote
Com um resplendor de prata.
Muitas vezes eu fui a correr
Buscar brasas ao lume da casa
Onde nasci, casa de meus avós
Que hoje é apenas uma ruína.
Outras vezes era meu tio Álvaro
Dividido entre músico e sacristão
A correr, sempre a correr a tudo
Só na torre Zé Pombo não falhava.
À frente do pálio as bandeiras
Os pendões e os estandartes
Levados por homens e rapazes
Que ouviam a grave Filarmónica.
Um grupo de miúdos aparece
A dizer a um homem solene
Que um morteiro esfacelou
A mão de seu filho curioso.
Pois não lhe tivesse pegado
Que eu agora não posso largar
A espia do pendão ao vento
(Era Novembro, o Natal à porta)
José do Carmo Francisco
(Fotografia da colecção particular de JCF)
Sem comentários:
Enviar um comentário