Balada breve para Cecília
Cidade das sete gruas
Já foi das sete colinas
No labirinto das ruas
Há retratos de meninas.
No balcão sobre a cidade
Não é precisa a mobília
Chega a força e a verdade
Da presença de Cecília.
Na linha do horizonte
Onde o olhar não tem fim
A voz tem água de fonte
Que alimenta um jardim.
Um castelo e uma igreja
As batalhas e as orações
Tudo aquilo que sobeja
São motivos e razões.
Entre distância e espaço
Da paisagem povoada
O olhar desenha um laço
Outros não dão por nada.
Entre a sopa e os talheres
Peixe e carne, refeição
Povoado por mulheres
A sala tem dimensão.
Mesmo breve é alegria
Mesmo frágil é memória
Fica no registo do dia
Um capítulo da História.
Juntar dois Continentes
Fazem parte do Mundo
São distintos e diferentes
E bem iguais lá no fundo.
Perfil de mulher-menina
Sorriso que instala a paz
A balada não termina
Continua e volta atrás.
José do Carmo
Francisco
(Fotografia de Luís Eme)
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