Balada para Luísa Amaro em Alcochete
Uma musical cartografia
Doze faixas desenhada
Assim ninguém desconfia
E passa sem dar por nada.
Vendaval de sentimentos
Tempestade de emoções
Aqui todos os momentos
São motivos, são razões.
Um mundo que se revela
Nas etapas de um roteiro
O som que bate à janela
É a voz dum marinheiro.
Concentrada de repente
Nas notas de melancolia
Na boca de toda a gente
Vai viver até ser dia.
Em Alcochete as salinas
Esperam a tarefa solar
De romper as neblinas
Rumo ao sal que é o mar.
Servido às praias da casa
Onde a praia é de linho
O fumo que sai da brasa
Sobe ao céu devagarinho.
Num azul que é todo luz
Quem diria, quem diria
O terço do Padre Cruz
É uma sombra e um guia.
Porque se vamos saber
Fonte da arte é a morte
Nos dedos duma mulher
Há um roteiro de sorte.
José do Carmo Francisco
(Fotografia de Autor desconhecido)
Sem comentários:
Enviar um comentário