quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Balada para Luísa Amaro em Alcochete



Balada para Luísa Amaro em Alcochete

Uma musical cartografia
Doze faixas desenhada
Assim ninguém desconfia
E passa sem dar por nada.
Vendaval de sentimentos
Tempestade de emoções
Aqui todos os momentos
São motivos, são razões.
Um mundo que se revela
Nas etapas de um roteiro
O som que bate à janela
É a voz dum marinheiro.
Concentrada de repente
Nas notas de melancolia
Na boca de toda a gente
Vai viver até ser dia.
Em Alcochete as salinas
Esperam a tarefa solar
De romper as neblinas
Rumo ao sal que é o mar.
Servido às praias da casa
Onde a praia é de linho
O fumo que sai da brasa
Sobe ao céu devagarinho.
Num azul que é todo luz
Quem diria, quem diria
O terço do Padre Cruz
É uma sombra e um guia.
Porque se vamos saber
Fonte da arte é a morte
Nos dedos duma mulher
Há um roteiro de sorte.

José do Carmo Francisco 

(Fotografia de Autor desconhecido)

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