Poema
periférico para Raúl da Costa
É
um piano e o som parte para o céu azul
Voa
sobre o mar e sobre a linha da terra
Sobre
o tempo e sobre o espaço deste dia.
Ao
contrário do que dizem ter inspirado Liszt
O
que vejo no Grande Auditório do C.C.B.
É
o triunfo forte da vida no som do piano.
Há
um lenço branco que recolhe o suor
De
Raúl da Costa defrontando o piano
A
regular o timbre e o volume pelos pedais.
A
vida sobe deste teclado e destes martelos
E
da caixa de harmonia deste piano de cauda
No
efémero que apetece seja permanente.
Ao
contrário do título geral dos Dias da Música
Este
som procura tirar os pecados do mundo
Ao
juntar de novo tudo o que a morte separou.
Saio
apaziguado do Centro Cultural de Belém
Como
Cesário Verde é preciso não morrer nunca
E
eternamente buscar a perfeição das coisas.
José
do Carmo Francisco
(ilustração
de Bosch)
O Abraço maior, meu poeta e querido amigo José do Carmo Francisco, para sempre!
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