Espuma
Os cabelos são o que resta
doutra espuma
Das ondas tão pontuais na
sua rebentação
De sete em sete nasce uma
que é nenhuma
E ninguém conta quando à
noite é escuridão.
E o mar deixa de ser mar para ser apenas água
Porque o Sol que vai ao outo lado da Terra
Não define a pronta solução da nossa mágoa
Nem aquece o coração já em pé de guerra.
Os cabelos neste quadro
são a moldura
Definida num ângulo novo
de esquadria
Mas buscam por todo o lado
à procura
E é no rosto que está a
fonte da alegria.
Porque é no rosto que o som tem a origem
No olhar está a luz de todo o campo visual
Entre a espuma e o olhar uma vertigem
De sentir esta luz e esta sombra por igual.
José do Carmo
Francisco
(Óleo de Carl Lohse)
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