Costa da Caparica
Um grupo de gaivotas fazia a escrita
Da tarde que desceu tão devagarinho
Nos tractores, na sua forma expedita
De trazer cada barco em seu caminho
À direita vinha a energia mais barata
Do velho sol que teima e que resiste
Deixando sobre as
ondas luz de prata
E oferecendo o iodo ao homem triste
Passam barcos, excursões, tractores
De encontro à maior força do oceano
Mas é no olhar atento dos pescadores
Que esta vida se decide ano após ano
A espuma já desenha o fim deste dia
No poema que é afinal feito de areia
As gaivotas numa tão feliz ortografia
Anunciam uma manhã de maré cheia
José do Carmo Francisco
(Óleo de Adriano Sousa Lopes)
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