Quase fado para uma memória de 1972
a
António Macedo com um abraço
Talvez se chamasse Margarida
Quando me olhou sem hesitar
Na varanda do hotel da Avenida
Para então sair da minha vida
Porque eu ia para a vida militar.
Não mais apareci no
Instituto
Nas aulas nocturnas
de inglês
Hoje contacto é
dado absoluto
A mensagem demora
um minuto
Escrita num ecran
que tu não lês.
Talvez se chamasse Margarida
Colega de turma que não regressa
À varanda do hotel, à despedida
À lágrima que se solta arrependida
Da força comovida a toda a pressa.
Fui para as Caldas
onde fiz a recruta
No Lumiar era a
especialidade
Em Évora foram anos
de labuta
Na Pontinha foi a
grande luta
No Posto de Comando
a Liberdade.
José do Carmo Francisco
(fotografia de Autor Desconhecido)
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