Breve poema nº 45 para Ana Isabel
Meu neto
Lucas passa todos os dias à porta da casa onde viveu Charles Gounod, ali a meio
caminho entre Blackheath Park e o Paragon, com os patos, os ventos e os
papagaios de papel.
Quando no
telefone o ouço ao piano na perseguição do tom mais perfeito para uma próxima
apresentação pública, percebo melhor como toda a obra de arte (até a arte pobre
das palavras) precisa do seu tempo de oficina.
Afinal os
aplausos na Sala do Conservatório atingem um valor elevado pois são o preço do
trabalho obscuro e continuado que foi preciso fazer para os alcançar.
José do Carmo Francisco
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