sexta-feira, 12 de julho de 2013

Senhora da Boa Viagem


Senhora da Boa Viagem

As mais belas colchas nas janelas
Flutuam como bandeiras dum país
Nas filas da Filarmónica paralelas
Eu sou de novo um menino feliz.
Vi o rapaz da Biblioteca no andor
Reconheço um anjinho disfarçado
O vento que nos refresca do calor
Diz que já andou por todo o lado.
Perdido entre andores e bandeiras
Entre o pálio e pendões dispersos
Sinto logo saudades verdadeiras
Da poesia sem linhas e sem versos.
Um tempo onde tudo era imenso 
E a morte na verdade não existia
Na mistura do sol com o incenso
A procissão era o lugar da alegria.


José do Carmo Francisco  

(fotografia de autor desconhecido)

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