Balada da Serra dos
Candeeiros 
Grande parte da minha
vida 
Feita de paz e sem
guerra 
Foi numa casa
construída 
Com pedras daquela
serra       (Mote) 
Na Serra dos Candeeiros
Parava o vento do mar 
Eram lentos os carreiros
Com os olhos a cantar 
Traziam pedras gigantes 
Para a mão dos britadores 
Fazer em poucos instantes 
As pedras dos construtores 
Os pedreiros sujos de cal 
A pegar no fio de prumo 
Que traça numa vertical
Lugar do fogo e do fumo
Sem desenhos ou papéis
Nascia a planta dum lar 
Quatro canas dois cordéis
São os limites dum lugar
Na Serra dos Candeeiros 
O azeite era o mais puro 
Os ventos tão verdadeiros 
A cantar por sobre o muro
Vinha a água das cisternas 
Sempre boa e sempre fria 
Sem as técnicas modernas 
A limpeza era uma enguia
Vinha o leite já fervido 
Vinha o queijo saboroso 
O dia era mais comprido 
Tudo era mais vagaroso
A pedra que me defende 
Do Verão e do Inverno 
Não se paga nem se vende 
É um valor forte e eterno
José do Carmo
Francisco
(Fotografia de autor desconhecido)       

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