A Trança de Conceição
Uns dedos a desfazerem a tua trança
Memórias de mãos distantes e antigas
Nas janelas da tua casa de criança
Chega o som de orações e de cantigas
São rezas, são salmos, são ladaínhas
De grupos a subir do vale ao monte
Unidos nas palavras mais sozinhas
E na sede mais ansiosa de uma fonte
Uns dedos a desfazerem a tua trança
São o reflexo da ternura da tua mãe
Para transformar dor em esperança
Sem esperar pela ajuda de ninguém
A tua trança é o relógio e o calendário
Dos dias e dos anos da minha vida
Quem me dera virar tudo ao contrário
A fazer do olhar uma eterna despedida
José do Carmo
Francisco
(óleo de Laine Kainaize)
tão lindo - não podia ser de outra maneira: a beleza enrosca-se sempre numa trança.
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