sábado, 25 de janeiro de 2025

Musa em castanho escuro


 

Musa em castanho escuro
 
Nova declinação dum tom castanho
Bandeira de uma convocada alegria
Juntando na marcha vário tamanho
Mas toda uma uniforme nostalgia.
 
No recanto da casa é uma cozinha
Perto das brasas a luz dum panelão
Na sombra esquecida mas vizinha
Sabemos que a morte não tem razão.

José do Carmo Francisco

(Óleo de Igor Obrosov)
 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Musa em castanho claro

 


Musa em castanho claro
 
É côr de terra a tua camisola
Que multiplica a sementeira
A ternura na porta da Escola
É suspensa para segunda-feira.
 
Na luz feliz destes dois dias
Há uma quase certeza de ficar
Como quem sai das fotografias
Quando estava junto ao mar.

José do Carmo Francisco

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Musa em canção nocturna



Musa em canção nocturna
 
No nocturno cancioneiro
O poema é uma resposta
Se poético é verdadeiro
Só a mentira não gosta.
 
Desta estranha liturgia
A ligar como oração
O sonho do novo dia
Entre instinto e razão.

José do Carmo Francisco

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)