sábado, 5 de abril de 2025

Canção para os nove anos do António

 


Canção para os nove anos do António

No meu tempo de criança
(que eu já tive esta idade)
Existiu sempre uma aliança
Entre o Amor e a Verdade.
Passo o tempo em revista
Fica frase que me doeu
«Os filhos do motorista
Não estudam no Liceu».

José do Carmo Francisco

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

 

sexta-feira, 14 de março de 2025

Canção nº 93 do Messenger

 


Canção nº 93 do Messenger

É um abraço apertado
De confiança e ternura
Daniel tem a seu lado
A menina bem segura.
Eles olham o presente
À procura dum futuro
Onde caiba toda a gente
Um tempo certo e seguro.

José do Carmo Francisco

(Fotografia de JCF)


terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Musa em côr de vinho

 


Musa em côr de vinho
 
O vinho é o tempo engarrafado
O álcool, o açúcar, o frio e o calor
Das caves viaja para todo o lado
Chega às mesas dum imperador.
 
Na festa da vindima terminada
Se regista uma alegria repetida
Havia homens em fila na estrada
Cada dia surge de novo outra vida.

José do Carmo Francisco

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Canção nº 68 para CR7

 


Canção nº 68 para CR7

Quando ele caiu na Avenida
Junto ao Marquês de Pombal
Rasgou um pouco da vida
E chorou sobre aquele mal.
Vinte e oito anos passados
Do encontro com a senhora
Não tem joelhos esfolados
Tem quarenta anos agora.

José do Carmo Francisco 

(Fotografia de autor desconhecido)


terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Canção nº 70 para Miguel Garcia

 


Canção nº 70 para Miguel Garcia

Os golos marcados fora
Contavam mas a dobrar
Miguel Garcia na hora
Ficou o herói de Alkmar.
Na derrota ao contrário
Ouvida no descampado
Este homem do Aquário
Tem lugar em todo o lado.

José do Carmo Francisco

(Fotografia de autor desconhecido)


sábado, 25 de janeiro de 2025

Musa em castanho escuro


 

Musa em castanho escuro
 
Nova declinação dum tom castanho
Bandeira de uma convocada alegria
Juntando na marcha vário tamanho
Mas toda uma uniforme nostalgia.
 
No recanto da casa é uma cozinha
Perto das brasas a luz dum panelão
Na sombra esquecida mas vizinha
Sabemos que a morte não tem razão.

José do Carmo Francisco

(Óleo de Igor Obrosov)
 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Musa em castanho claro

 


Musa em castanho claro
 
É côr de terra a tua camisola
Que multiplica a sementeira
A ternura na porta da Escola
É suspensa para segunda-feira.
 
Na luz feliz destes dois dias
Há uma quase certeza de ficar
Como quem sai das fotografias
Quando estava junto ao mar.

José do Carmo Francisco

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Musa em canção nocturna



Musa em canção nocturna
 
No nocturno cancioneiro
O poema é uma resposta
Se poético é verdadeiro
Só a mentira não gosta.
 
Desta estranha liturgia
A ligar como oração
O sonho do novo dia
Entre instinto e razão.

José do Carmo Francisco

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)